O escritor mexicano Octávio Paz
(1914-1998) é considerado um dos maiores escritores do século XX e um dos
maiores poetas de fala hispânica de todos os tempos; seus poemas tornaram-se
conhecidos a partir da década de 1930, mesmo período em que iniciou sua
militância política de esquerda: em 1937 foi um dos delegados mexicanos ao
Congresso Antifascista realizado na Espanha republicana, em plena guerra civil.
Adquiriu ambas, o amor pela
literatura e a militância política, no berço: seu avô, Irineu Paz, intelectual
liberal e novelista, era um apaixonado pela literatura clássica e moderna; seu
pai, Octavio Paz Solórzano, foi advogado de Emiliano Zapata em plena Revolução
Mexicana e mais tarde deputado. Formado em direito, em 1937, estudou nos
Estados Unidos nos anos seguintes. Sua carreira diplomática começa em 1945,
tendo trabalhado na França, Índia e Japão. Abandonou a carreira em 1968, em
protesto pelo massacre de Tlatelolco, onde policiais mexicanos dispararam
contra estudantes durante protestos.
Recebeu o prêmio Nobel de Literatura
em 1990; a temática social é muito forte em suas primeiras obras; ao longo da
carreira passou a centralizar sua atenção sobre temas existencialistas, como a
solidão.
A decepção com a esquerda começa
ainda nos anos da Guerra Civil Espanhola; em 1951 ele denuncia abertamente os
crimes stalinistas e o processo logo caminha para uma ruptura completa com os
intelectuais de esquerda, que ele passa a criticar de forma cada vez mais
ácida. Identificado com as idéias da terceira via, a partir da década de 1970
define-se como um liberal.