segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Revolução Hispânica

Nação na América Espanhola – Questão das Origens
François-Xavier Guerra

            Dezenove nações saem de um mesmo conjunto político, a monarquia hispânica nas américas. Não há um movimento nacionalista antes da independência; a independência precede a nação e o nacionalismo.

Nação moderna:
  • Arquétipo de ordem ideal
  • Nova concepção de coletividade humana: novos laços sociais, estrutura, fundamento das obrigações políticas, relação com a história, direitos.

            A América no Antigo Regime é um mosaico identitário, apoiado na família, na raça e no local de nascimento.
            Duas dinâmicas: política e cultural
            Política:
            A base da estrutura política são as cidades; não há representação política fora dos cabildos municipais. Há uma concepção pré-absolutista do poder, visto como um pacto social com obrigações recíprocas.
            A crise é de origem externa, o vazio de poder provocado pela queda da monarquia; afeta o imaginário de pátria imperial (fidelidade do vassalo ao senhor, defesa da fé, preservação dos costumes). A necessidade de constituir uma nova unidade política esbarra na imensa fragmentação política baseada nas cidades. O que inicia como um movimento de união para defender o rei evolui rapidamente para um revolução por um novo modelo de sociedade; é a revolução no imaginário (1808). O modelo seguido nas américas vem dos liberais espanhóis (constituição de 1812).
            A origem da nação é essencialmente política; a esfera cultural será criada depois. Apenas reinos mais consolidados, como México e Chile, tinham uma identidade cultural anterior.

Chiaramonte: Origens da Nação Argentina

Povo:
Conjunto abstrato de indivíduos – igualdade política
No Antigo Regime: estamentos, corporações, estratificação (desigualdade política); população de uma cidade
Nação:
Identificada como expressão de nacionalidade a partir de 1830.
Ilustração, contrato social, população sujeita a um mesmo governante; sinônimo de Estado.
Estado:
Definição ambígua, devido à fluidez das fronteiras e indefinição da questão centralismo x autonomismo.
            A convocatória de 1810 é dirigida aos povos e cidades do Rio da Prata; não há ainda povo argentino; a pátria é a cidade, e a primeira representação do período de independência é o cabildo; a primeira identidade, a de americanos.
            O termo argentino é inicialmente usado para a cidade de Buenos Aires; usado para todo o pais a partir de 1826.

Cortez de Cadiz – Berbel

            Contextos de independência e debate parlamentar: EUA x parlamento britânico, Haiti x parlamento da Revolução Francesa.
            Cortes de Cadiz (1810-1814): o desaparecimento do rei faz o poder retornar ao povo; conflito entre colônias querendo maior autonomia x centralismo dos peninsulares.
            Exigências americanas:
  • Igualdade de representação nas cortes.
  • Inclusão das castas na participação eleitoral.
  • Autonomia administrativa para as províncias.
            As cortes rejeitam os pedidos americanos (agosto/1811); o caminho está aberto para a radicalização do discurso.
2ª. Revolução Liberal: em 1820 as cortes reuniram-se novamente; houve um esforça para formar uma commonwealth com o México, que fracassou; ele torna-se independente em fevereiro de 1822. Apenas Cuba, Porto Rico e Filipinas seguem ligadas à Metrópole.

Um comentário:

  1. nossa Marcelo o seu texto me ajudou muito
    a entender alguns pontos.
    E parabéns pelo blog.

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